sábado, 23 de abril de 2011

Aliança prevê alta de 10% em volumes

20/04/2011

Armador computou 663 mil Teus em 2010 - 145 mil Teus acima de 2008.

A Aliança Navegação e Logística Ltda. prevê alta de 10% em movimentações no Brasil este ano. Em entrevista coletiva realizada ontem (19) na sede do armador em São Paulo (SP), o diretor-superintendente da companhia, Julian Thomas, disse que a previsão cautelosa para 2011 é justificada pela baixa temporada tradicional no primeiro semestre do ano.

"O volume deve aumentar 10% nas importações e 3% nas exportações. Na segunda metade do ano os volumes devem acelerar, mas não vamos atingir os mesmos níveis de 2010", afirmou o executivo. Somente no Brasil, a Aliança fechou as movimentações do ano passado em 663 mil Teus (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), apresentando um crescimento de 52% em comparação aos 437 mil Teus de 2009.

Nas palavras de Thomas, 2010 teve uma "recuperação fantástica e inesperada" para a indústria de transporte conteinerizado, que operou no marasmo durante o ano de 2009. "A crise foi profunda, mas o volume do ano passado superou os níveis de 2008 em 145 mil Teus. Porém, o faturamento ainda ficou abaixo do recorde de 2008", computou.

No final do ano passado, a empresa colocou em operação dois navios da classe Santa na rota entre Ásia e Costa Leste da América do Sul: o Santa Clara (foto) e o Santa Isabel, cada um com capacidade nominal para 7.100 Teus. Além destes, a companhia deve empregar mais três unidades no trade ao longo de 2011. "A idéia é incluir 10 embarcações deste porte entre 2011 e 2013", esclareceu Thomas.

Percalços

Mesmo com a previsão moderada de crescimento para o exercício vigente, o armador afirma enxergar dificuldades durante a temporada de pico do terceiro e quarto trimestres. "Apesar das melhorias como aprofundamento dos portos e aumento da capacidade instalada, 2011 será mais difícil que 2010 por conta dos problemas de infraestrutura no País", apontou Thomas, ressaltando que no ano passado a empresa do Grupo Hamburg Süd perdeu 62 mil horas por conta de espera para atracar navios nos portos do Brasil.

Outro fator complicativo para a atuação no mercado este ano será a alta nos custos do combustível. Tendo como base os preços em Roterdã, uma tonelada no final de 2008 era avaliada em US$ 165. Em 2009, chegou a US$ 476 por tonelada, e um ano depois a média computou US$ 450 por tonelada. Segundo o executivo, este ano o valor estava previsto para US$ 550 por tonelada, mas com a crise no Oriente Médio, a taxa subiu e atingiu US$ 641 por tonelada. "Com isso, teremos média de US$ 600 a US$ 640 por tonelada para este ano e essa situação acarreta em US$ 200 milhões de custos globais para o grupo. Mesmo repassando este aumento da taxa com adicionais nos fretes, devemos ter uma baixa no faturamento, com possibilidade de quedas maiores que um dígito", computou.

Fonte: Guia marítimo

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